domingo, 8 de setembro de 2013

AS CIDADES E A URBANIZAÇÃO

       No início do século 20, raros eram os centros com mais de um milhão de habitantes. Entre eles estavam Nova York, Chicago,Pequim, Londres, Paris e Tóquio. Hoje, grandes cidades com mais de dez milhões são comuns. Contam- se nada menos que vinte e uma delas, quase todas as regiões em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina. Entre os grandes núcleos urbanos atuais estão São Paulo, Cidade do México e Mumbai. Cidades de países ricos e desenvolvidos configuram entre as maiores do planeta, como Tóquio. Além disso, há regiões metropolitanas que formam imensos conglomerados urbanos: China, Índia e África Ocidental têm áreas que abrigam, cada uma, mais de 50 milhões de pessoas. [...]
       Do século XIX a XXI, ocorreu outra mudança: a urbanização agora é vista com bons olhos. Embora favelas tão atrozes quanto os antigos cortiços de Londres sejam encontradas por toda parte, cidades com alta densidade- demográfica estão despontando como solução, a melhor maneira de tirar as pessoas da miséria sem arruinar o planeta.
       Para o economista Edward Glaeser, ¨não há nenhum país urbano pobre; e também não há nenhum país rural rico¨. Para ele, os mais pobres afluem para as áreas urbanas porque ali está o dinheiro e as cidades produzem mais riqueza porque a ¨proximidade das pessoas¨ reduz os gastos com transporte, pessoas e ideias. [...] É fácil entender por que os economistas estão começando a ver as cidades, mesmo sendo problemáticas, como motores da prosperidade.
       De uma perspectiva ecológica, comenta o escritor Stewart Brand, também dos Estados Unidos e um defensor da urbanização um movimento de retorno à terra seria catastrófico. Graças às cidades, metade de todos os seres humanos ocupa hoje cerca de 4% das terras cultiváveis, liberando mais espaço para a agricultura.
       Os moradores urbanos têm ainda um impacto relativo mais reduzido, explica David Owen no livro Green Metropolis. Nas cidades, vias pavimentadas, esgotos e linhas de transmissão elétrica são menos extensos e, portanto, demandam menos recursos. Prédios requerem menos energia e parte dos deslocamentos pode ser feita a pé. Em Nova York, o consumo de energia e as emissões de carbono per capita são bem mais baixos que a média nacional. Embora não exista modelo único para se controlar a urbanização acelerada, alguns exemplos são animadores. Um deles é o Seul. Entre 1960 e 2000, a população da capital sul- coreana saltou de pouco menos de milhões para dez milhões de habitantes. No mesmo período, o país deixou de ser um dos mais pobres do mundo para se tornar mais rico que  algumas nações europeias.
       [...] Hoje, Seul é uma das cidades de maior densidade demográfica no mundo. Circulam por suas ruas com milhões de carros, mas metrô é excelente. A vida melhorou à medida que o país passou de uma taxa de urbanização de 28% em 1961 à atual de 83%.
       A expectativa de vida aumentou de 51 para 79 anos. Os meninos coreanos agora crescem 15 centímetros a mais do que antes.

EXERCÍCIOS

Com base no texto, produza uma dissertação (mínimo de 25 linhas) que discuta a organização da vida nas cidades, considerando seus principais desafios contemporâneos. Leve em conta os seguintes aspectos:

  • Os processos de urbanização nos países desenvolvidos em desenvolvimento e o efeito da urbanização sobre a redução das desigualdades sociais.
  • As soluções urbanas frente aos impactos ambientais.
  • As formas de aumentar a mobilidade humana e as interações sociais, levando em conta o modelo de desenvolvimento das cidades.

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